De volta para minha terra

Depois de dois anos sem vir para o Brasil, por motivos de pandemia, da um misto de emoções - ansiedade, saudade e alegria. 

A gente vem com ansiedade em matar a saudade da família e dos amigos de rever nossas raízes. E de se alimentar de nossa matriz, seja a própria culinária, e se alimentar da alegria e do amor que temos por nosso ninho. 

Ao chegar no aeroporto a gente já sente o impacto da diferença, o clima. Cheguei em um calor de 33 graus, e foi um pouco sufocante, pois estava saindo de um frio de 5 graus. Queria desesperadamente trocar minha roupa por uma mais fresquinha. O meu corpo também sentiu essa diferença e meus pés começaram a inchar, e ficou inchado por uma semana - até esse momento que escrevo esse texto, ainda esta inchado - e acabo redobrando meu consumo de água, carregando pra onde eu vou um garrafa de água. 

Outro grande impacto foi e esta sendo as visitas ao mercado. Logo após realizar o pagamento da compra a frase que mais vem na minha mente é "como é caro!". Atualmente moro a quase 4 anos na Irlanda, e a última vez que vim ao Brasil foi a mais de 2 anos atrás. Então, estava totalmente desacostumada com a diferença tão grande de economia.

Morar fora do Brasil longe de tudo que é familiar, e em uma cultura diferente da sua faz com que muitas vezes em momentos de desanimo e de saudade pensemos em voltar definitivamente. E quando estamos aqui e percebemos essa diferença econômica, e acabamos pensando se realmente queremos retornar definitivamente. Além da falta de segurança em muitas partes do Brasil.

Ao mesmo tempo que tem esses fatores negativos, estar aqui, depois de tanto tempo fora, faz a gente amar tanto esse país. O calor, a comida, as pessoas. Eu falo que se eu pudesse colocava todo mundo na mala e levava comigo.   

Estar de volta, mesmo que sendo temporário é como um retiro, é um recarregar de energias: físicas e emocionais, é um reconectar com nossas raízes, se lembrar de onde viemos. Estocar nosso combustível pra enfrentar o mundo novamente.